Muito se fala sobre ergonomia no ambiente de trabalho, mas, na prática, o tema ainda é reduzido a cadeiras confortáveis ou mesas ajustáveis. A verdade é que ergonomia vai muito além da mobília, ela envolve também a saúde mental, a organização do trabalho, o bem-estar e a forma como as atividades são realizadas no dia a dia.
Por isso, mais do que um item técnico, a ergonomia é uma estratégia de cuidado com as pessoas. E é aí que o RH se torna um aliado importante, promovendo ambientes mais saudáveis, produtivos e humanizados.
Por que falar sobre ergonomia nas empresas?
A resposta é simples: porque as consequências da má ergonomia são reais, frequentes e custosas, tanto para os colaboradores quanto para as empresas.
Dores nas costas, lesões por esforço repetitivo (LER/DORT), fadiga, estresse, baixa produtividade, absenteísmo e até burnout são apenas alguns dos efeitos de ambientes de trabalho mal planejados ou sobrecarregados.
Segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, mais de quarenta mil trabalhadores foram afastados do trabalho devido a Lesões por Esforços Repetitivos e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – LER/Dort. Esse tipo de problema pode comprometer a mobilidade e a capacidade funcional do colaborador, afetando tanto sua vida profissional quanto pessoal.
Promover ergonomia é prevenir adoecimentos físicos e mentais, além de:
- Reduzir afastamentos e custos com saúde;
- Aumentar o engajamento e a motivação das equipes;
- Cumprir a legislação trabalhista e normas de segurança;
- Construir um ambiente organizacional mais saudável e sustentável.
Ergonomia é saúde. E saúde é pilar de produtividade e de responsabilidade social dentro das empresas.
O que diz a NR-1 sobre ergonomia?
Com base na NR-1, norma regulamentadora que define diretrizes para a gestão de riscos ocupacionais, a ergonomia deve ser aplicada de forma integrada, considerando aspectos físicos, cognitivos e psicossociais do trabalho. E é justamente essa visão ampla que o RH pode ajudar a disseminar dentro das organizações.
Desde a atualização em 2020, a NR-1 estabelece diretrizes para o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), integrando a ergonomia como uma prática obrigatória e contínua dentro das empresas.
A norma define que o empregador deve identificar, avaliar e controlar riscos que envolvam aspectos ergonômicos e isso não se limita ao físico. A NR-1 considera também os fatores psicossociais, como:
- Carga mental de trabalho;
- Ritmo de produção;
- Pressão por resultados;
- Jornada excessiva;
- Comunicação falha;
- Conflitos interpessoais.
Ou seja: saúde mental também é ergonomia, e precisa estar no radar da empresa e do RH.
Ergonomia: como o RH pode ser um agente de mudança
O RH tem um papel estratégico na implementação de uma cultura ergonômica. É ele quem está mais próximo dos colaboradores e pode identificar sinais de desgaste, sobrecarga, desconforto físico ou emocional no dia a dia.
Além disso, o RH pode articular ações com as áreas de Saúde e Segurança do Trabalho, CIPA, liderança e comunicação interna, garantindo que a ergonomia não seja apenas um item técnico, mas uma prática viva e integrada à cultura da empresa.
Ações de ergonomia que o RH pode implementar
1. Avaliações ergonômicas periódicas
- Realizar mapeamentos das estações de trabalho com apoio de especialistas;
- Ouvir os colaboradores sobre dores, desconfortos e necessidades;
- Monitorar a adaptação ao trabalho híbrido ou remoto.
2. Campanhas de comunicação interna
- Produzir conteúdos educativos sobre postura, pausas, organização do ambiente;
- Falar sobre saúde mental, carga de trabalho e equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
- Reforçar que ergonomia é para todos os setores e não só para escritórios.
3. Ginástica laboral e pausas ativas
- Estimular pequenas pausas durante o dia para alongamentos;
- Promover sessões com fisioterapeutas ou educadores físicos;
- Inserir momentos de respiração e relaxamento, principalmente em contextos de alta pressão.
4. Treinamentos e sensibilização das lideranças
- Ensinar gestores a reconhecer sinais de sobrecarga emocional ou desconforto físico;
- Incentivar práticas de gestão humanizada;
- Promover espaços de escuta ativa e diálogo constante com as equipes.
5. Ações voltadas à saúde mental
- Oferecer apoio psicológico ou orientação profissional;
- Criar canais de acolhimento e escuta;
- Integrar a saúde mental como parte dos programas de qualidade de vida.
Benefícios de uma cultura ergonômica
Investir em ergonomia não é só prevenção, é uma estratégia que traz ganhos reais para a empresa e para os colaboradores. Quando o ambiente está adaptado às necessidades físicas e mentais, todos saem ganhando: a equipe se sente mais valorizada, e os resultados aparecem de forma mais consistente. Veja alguns dos principais benefícios que a ergonomia proporciona no ambiente corporativo:
- Redução de afastamentos e doenças ocupacionais
- Aumento da produtividade e da satisfação dos colaboradores
- Ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado
- Cumprimento das normas legais e prevenção de passivos trabalhistas
- Fortalecimento da imagem da empresa como um lugar que cuida das pessoas
Investir em ergonomia é investir em pessoas. E pessoas saudáveis trabalham melhor, se engajam mais e constroem resultados sustentáveis.
Ergonomia não é só cadeira: é saúde, equilíbrio e bem-estar
Quando falamos em ergonomia, estamos falando sobre a experiência diária de cada colaborador no seu ambiente de trabalho, seja ele um escritório, uma fábrica, uma loja ou até a própria casa, no caso de quem atua em home office.
O desafio vai além da estrutura física: envolve como as tarefas são organizadas, como as metas são cobradas e como a saúde mental é tratada dentro da organização.
E, nesse contexto, o RH tem o papel de garantir que o trabalho não seja fonte de adoecimento, mas sim de realização.
O RH como facilitador de ambientes saudáveis
O RH pode (e deve) ser o elo entre estratégia, cuidado e prevenção. É quem articula ações, escuta as equipes, cria políticas e promove uma cultura que valoriza o ser humano como um todo: corpo e mente.
Se sua empresa ainda não tem um olhar estruturado para ergonomia, este é o momento ideal para começar. Com ações simples e consistentes, o RH pode transformar a ergonomia em um diferencial de saúde, produtividade e retenção de talentos.
Precisa de ajuda para pensar em ações de saúde na sua empresa? Entre em contato com os especialistas da BWG Corretora.
BWG
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