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Riscos psicossociais: O que o RH precisa saber

Os riscos psicossociais têm se tornado um dos principais desafios nas organizações. Com as novas dinâmicas de trabalho, metas cada vez mais exigentes e transformações culturais, o impacto desses fatores na saúde mental e no desempenho das equipes ganhou destaque nas pautas dos RHs. Entender como reconhecer, avaliar e mitigar os riscos psicossociais é importante para construir ambientes mais saudáveis, produtivos e sustentáveis.

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O que são riscos psicossociais?

Riscos psicossociais são aspectos do ambiente e da organização do trabalho que podem afetar a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores. Diferentemente dos riscos físicos ou químicos, eles estão ligados a fatores relacionados às interações sociais, à carga de trabalho e à forma como tarefas e processos são estruturados.

Por exemplo, trabalhar sob pressão constante de prazos curtos pode gerar estresse prolongado, enquanto ambientes em que ocorrem conflitos frequentes ou assédio podem causar desgaste emocional e medo. Outro fator comum é a falta de controle sobre as atividades, que provoca sensação de impotência e insatisfação.

Além disso, a sobrecarga mental, causada pela exigência excessiva de atenção e decisões rápidas sem pausas adequadas, é um dos principais fatores dos riscos psicossociais atualmente.

Esses riscos podem prejudicar a saúde mental das equipes, provocar ansiedade, depressão e até desencadear doenças relacionadas ao estresse, com impacto direto na vida pessoal e profissional.

Atualização da NR-1 e impacto na gestão de riscos psicossociais

A Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) trouxe uma novidade que redefine a forma como as empresas brasileiras devem tratar os riscos psicossociais relacionados ao ambiente de trabalho.

Antes, a gestão dos riscos psicossociais não era claramente detalhada na norma, gerando dúvidas sobre as obrigações das empresas. Com a atualização, ficou definido que todas as organizações precisam:

  • Reconhecer sistematicamente a existência desses riscos em seus processos
  • Promover avaliações regulares e documentadas, independentemente do tamanho ou do setor
  • Implementar planos de ação para mitigação, incluindo melhorias na organização do trabalho e no relacionamento interpessoal

Isso inclui:

  • Revisar processos para evitar sobrecarga e cobranças excessivas
  • Estimular ambientes colaborativos, com respeito e comunicação clara
  • Monitorar os resultados das ações para garantir sua efetividade

Além disso, a NR-1 reforça a necessidade de articulação com outras normas, como a NR-17, que trata da ergonomia, garantindo que o aspecto físico e psicossocial sejam avaliados em conjunto para melhorias integradas.

Essa atualização posiciona o assunto dos riscos psicossociais como parte da rotina estratégica de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), colocando o RH como a área principal para a adequação e melhoria contínua nas empresas.

Por que os riscos psicossociais importam para o RH?

O RH é o ponto focal quando o assunto são os riscos psicossociais, pois a área precisa garantir um ambiente de trabalho saudável, que contribua para o desempenho e a satisfação das equipes.

O RH deve ficar atento porque um ambiente com riscos psicossociais não gerenciados pode gerar consequências sérias, como:

  • Aumento dos afastamentos por causas relacionadas à saúde mental
  • Queda no engajamento e na motivação das equipes
  • Redução da produtividade e aumento do erro humano
  • Deterioração do clima organizacional, dificultando a retenção de talentos

Com a atualização da NR-1, o RH tem uma responsabilidade legal e estratégica para identificar, avaliar e atuar sobre esses riscos, promovendo ações efetivas que previnam problemas e garantam o equilíbrio entre bem-estar e resultados.

É uma abordagem que une compliance, cuidado humano e eficiência, facilitando a construção de ambientes onde as relações de trabalho são respeitosas e as pessoas se sentem apoiadas.

Como identificar e avaliar riscos psicossociais?

A identificação e avaliação dos riscos psicossociais são muito importantes e devem ser conduzidas com metodologias que abranjam a complexidade e diversidade dos fatores.

O Ministério do Trabalho oferece um guia que recomenda começar pelo levantamento detalhado do ambiente, processos e equipes, utilizando ferramentas como:

  • Entrevistas com colaboradores para ouvir percepções e experiências diretas
  • Questionários padronizados que avaliam estresse, assédio, carga mental e clima organizacional
  • Observação das rotinas de trabalho para identificar pontos de pressão e conflito
  • Oficinas colaborativas para discutir desafios e buscar soluções coletivas

Além disso, a Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) deve ser realizada para mapear as condições de trabalho, podendo ser complementada pela Análise Ergonômica do Trabalho (AET) em casos específicos.

É importante definir critérios claros para classificar os riscos psicossociais quanto à probabilidade e gravidade, orientando a priorização das ações pelo RH. O envolvimento dos colaboradores nesse processo é fundamental para validar os dados e garantir um diagnóstico realista.

Toda essa análise deve ser registrada, garantindo transparência e controle no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), conforme exige a NR-1.

Medidas para controlar riscos psicossociais

Superar os riscos psicossociais requer intervenções planejadas, que envolvam mudanças na organização do trabalho e na cultura da empresa.

Algumas medidas práticas que o RH pode coordenar:

  • Reorganização das tarefas para equilibrar a carga de trabalho e evitar sobrecarga mental
  • Definição clara de papéis e responsabilidades, reduzindo conflitos e ambiguidades
  • Treinamentos que desenvolvam habilidades socioemocionais, como comunicação, resolução de conflitos e gestão do estresse
  • Implantação de canais de denúncia confiáveis para assédio, garantindo suporte e ações rápidas
  • Promoção do diálogo aberto entre equipes e lideranças, estimulando apoio mútuo e feedback construtivo

Além disso, é necessário monitorar continuamente os resultados dessas medidas, através de pesquisas e indicadores de saúde ocupacional, ajustando o plano conforme a necessidade.

A participação ativa dos colaboradores no desenvolvimento e na avaliação das ações reforça o engajamento e torna o processo mais eficaz.

NR-1 para o RH: Da norma à prática

Para ajudar o RH a identificar e controlar os riscos psicossociais nas empresas, criamos este guia que traz informações e melhores práticas para apoiar a criação de programas estruturados de cuidado e prevenção de doenças ocupacionais relacionadas à saúde mental, como a Síndrome de Burnout, ansiedade e depressão.

O que você vai encontrar no Guia:

  • O que de fato muda com a nova NR-1
  • O que são riscos psicossociais
  • Como fazer a gestão dos fatores de riscos psicossociais
  • Quem precisa cumprir a NR-1
  • Papéis e responsabilidades
  • E muito mais!

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Perguntas frequentes sobre riscos psicossociais

O que caracteriza um risco psicossocial no ambiente de trabalho?
São fatores que afetam negativamente o equilíbrio emocional e mental das pessoas, como pressão excessiva, assédio, insegurança e conflitos frequentes.

Por que a gestão dos riscos psicossociais é uma prioridade para o RH?
Porque impacta diretamente no bem-estar, na motivação e na produtividade da equipe, além de estar vinculada ao cumprimento da legislação vigente.

Como posso iniciar a avaliação dos riscos psicossociais na minha empresa?
Comece pelo levantamento de informações qualitativas e quantitativas, utilizando questionários, entrevistas e observações, sempre com a participação das pessoas envolvidas.

Quais são os sinais que indicam a presença de riscos psicossociais?
Indicadores como aumento de afastamentos, reclamações frequentes, dificuldade de concentração, rotatividade alta e conflitos constantes podem apontar a presença desses riscos.A avaliação dos riscos psicossociais exige contratação de especialistas?
Embora não seja obrigatório, contar com profissionais especializados, como ergonomistas e psicólogos do trabalho, pode garantir maior precisão e efetividade no processo.

O BWG

BWG (Best Way Group) é um ecossistema de tecnologia de pessoas voltado para o RH e os desafios de quem trabalha com gente. O BWG oferece soluções que atendem às necessidades das novas formas de trabalho, como Folha de Pagamento, Consultoria & Corretora, Administradora de Benefícios, Agência de Comunicação Interna e Rede Social Corporativa.

Samarony Batista

Sou um profissional de Comunicação com 15 anos de experiência, sendo 6 deles só em empresas de tecnologia SaaS B2B. Graduei-me em Relações Públicas pela Universidade Federal do Amazonas e desde então tenho trilhado uma jornada focada em criar experiências positivas que conectam empresas aos seus públicos de forma autêntica. Atualmente, sou analista de marketing no BWG. Já atuei como relações-públicas na Justiça Federal, desempenhei o papel de coordenador de comunicação no CEST, assumi funções estratégicas como analista de comunicação interna na Zenvia e Movidesk, além de ter trabalhado como Customer Success na SocialBase e gestor de eventos na UEA.

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